desbravar mato até à rata prometida


Levei uma camisa havaiana para o encontro com uma velha amiga da farra académica. Foi a Gabriela Pinheiro, do Expresso, que me convenceu a usar a coisa mais idiota da história da moda, explicando que é a peça "mais cool da estação", que simboliza "férias e diversão" e o caralho que a foda mais os stylists que ganham a vida a enganar tipos que lêem cenas de gaja. O facto é que a Laura riu-se que nem uma perdida quando viu o meu peito estampado com palmeiras e pôr-do-sol, mas começou a chorar quem nem uma maria-arrependida, feliz da vida com o tamanho da picha que, em breve, estaria a martelar aquela cona de beiças inchadas.

Antes, porém, de se agarrar à picha e fazer-me um broche acanhado, como se quisesse apenas queimar tempo até apanhar com o nabo na rata, decidiu contar-me como vai a vidinha tacanha com o seu marido cornudo. Explicou-me que o tipo é chato com'á puta que o pariu. Mas isso eu já sabia. "Tem a mania das horas. Quando o conheci, queria jantar à oito, depois consegui domesticá-lo e agora nem sequer jantamos". Estava a morrer de tédio.

Já imaginava o fofinho do chifrudo a queixar-se: "Ela é tão desprendida que parece um gajo. Só não é um homem porque, como podes ver, é uma mulher e não gosta de carros." E tem umas mamas que deus me valha, acrescentaria eu.


As cenas surreais continuaram enquanto eu desbravava mato até chegar à pachacha prometida. Com a cara enfiada naquele matagal de pentelhos encaracolados, imaginei um episódio que se contava na faculdade, só para explicar porque se chamou descobrimentos aos descobrimentos. Dois negros, escondidos na vegetação, observavam os portugueses a desembarcar na praia. Diz um deles: "Foda-se! Fomos descobertos!" Ri-me de tal forma com a recordação dos bons velhos tempos de totó que me agarrei, à boca cheia, ao clitóris dilatado da moça. O corrimento era tal que me vi obrigado a sorver à golada o suco daquele bicho felpudo.

[continua...]
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