Dizia que era boa como o milho, um tesão de estourar colhões, uma máquina de pinar, o caviar da queca fácil, que tinha uma cona melhor do que um Barca Velha e uma tranca mais elegante do que um Rolls-Royce. Mas isso era o que ela dizia por email. Quando a vi, tive vontade de a despachar com um poema de Ary dos Santos:
A bruxa
As tetas são balofas almofadas
recheadas de esterco e de patranhas
da boca fogem bichas trituradas
pelo próprio veneno das entranhas.
As pernas são varizes sustentadas
pela putrefacção das bastas banhas
os olhos duas ratas esfomeadas
e as mãos peludas tal como as aranhas.
Nasce do estrume e vive para o estrume
a língua peçonhenta larga fel
e é uma corda que ela-própria-puxa.
Sai-lhe da boca pus e azedume
tem pústulas espalhadas pela pele
e é filha de si própria. É uma bruxa.