cantigas do bandido #28


Vou de férias. Mas volto rápido, rápido. Sei que, quando chegar, estarei com o nabo a esguichar em seco de tanto pinar, mas conto-vos mais pormenores em breve. Até lá, fiquem com um poema amoroso sobre rabos que se abanam como ondas. Ah, o que eu gostava de escrever como o Carlos Drummond de Andrade...

A bunda, que engraçada


A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,
rebunda.
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