Encosto a 38 mil pés de altitude


Pareceu uma eternidade, mas estou de volta.
Terão reparado que estive 2 semanas sem escrever. O homem comum chama-lhe férias de Verão. Mas verão que isso passa num instante e a coisa regressa rapidamente ao "normal".

Pouco ou nada se passou.
Quase nada. Excepto no voo de ida, que o de regresso foi um bocejo do tamanho da viagem. Gigante. Para lá do nosso rectângulo, viajei ao lado de umas coxas de olhar e babar por mais. Mulher petite, deu-me um daqueles olás que me fez agradecer aos deuses ter escolhido a coxia para passar as horas seguintes a 38 mil pés de altitude. Os ouvidos podem estalar à vontade que olhos brilham de felicidade como se tivesse ganho o prémio maior na raspadinha.

Saia curta porque partimos com 30º à sombra. Meias de renda porque o destino marcava 20º ao sol. Se estivesse sol...
O paraíso estava apenas a 30cm de distância. E o piloto ainda não tinha dado a ordem para apertarmos os cintos. A turbulência fez o trabalho por mim: as pernas dela afastaram-se, a coxa esquerda colou-se à minha coxa direita e assim passámos o resto da viagem. Como se fosse uma brincadeira de adultos. Groping chamam-lhe os anglo-saxónicos, frotteurisme segundo os gauleses, encoxada na boca dos hispânicos... A verdade é que só faltou dar-lhe uma arrochada, que é como quem diz uma cacetada em português de Miranda do Douro.



Podia fazer descrição seguinte em tempo real, mas sei que não têm assim tanta paciência...
Foram 2 horas de flirt em slow motion. Ela percebe que estou de pau feito e coloca as mãos entre as coxas. Como quem quer compôr a bainha da saia. Eu mantenho as mãos onde sempre estiveram: sobre as coxas, mindinho direito a tocar ligeiramente a perna dela. Deixo a iniciativa para ela, que sei que vêm aí os snacks e, assim que os tabuleiros do avião desçam, vai haver mais actividade. Ela treme de excitação. Como quem não quer ser apanhada em flagrante delito. Já se foram os snacks, mantém-se as bebidas, tabuleiros descidos e sinto a mão dela a tocar a minha. Afasta a mão, como se não fosse nada com ela. "Sorry", sussurra ela. "Don't be", apetece-me dizer-lhe, mas fico-me pelo sorriso maroto. Volta a carga de imediato e, desta vez, mantém a mão junto à minha. Sinto, sob o tabuleiro, que pressiona um pouco mais a coxa contra a minha.

Terá coragem para mais?
Ela termina a bebida. Bebe apenas com a mão direita, que a esquerda mantém-se junto à minha. Abro mais as pernas, à espera que me vá à braguilha. Ajeito o bajolo, cabecinha mais perto daqueles dedos trémulos. Ela olha-me pelo canto do olho e desce a mão até aos joelhos. O meu e o dela, que já se confundem. Estou com um tesão do tamanho do Boeing que nos transporta. Ela está a gostar do jogo de sedução, mas sei que não me vai atacar o caralho. É nova demais para isso. Fecho os olhos e imagino o que não aconteceu. Deixei de a ver já no aeroporto, ainda com uma tusa desgraçada.
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